Como dissemos, a radiação infravermelha (IV) representa 54,3% dos raios solares que alcançam a Terra, e se classificam nos tipos A, B e C conforme seu comprimento de onda e a penetração nas camadas da pele.
Ao contrário da radiação ultravioleta, a proteção contra os efeitos prejudiciais da radiação IV-A não é obtida com a utilização de filtros físicos e químicos que são tradicionalmente usados. Desta maneira, proteger-se do excesso de exposição ao Sol utilizando simplesmente filtros solares não é suficiente, pois a radiação IV continuará a incidir sobre a pele.
A radiação IV-A induz distúrbios no transporte de elétrons mitocondriais, acarretando na diminuição da produção de energia e o aumento da formação de ERO (ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO).
Uma estratégia para o desenvolvimento de protetores solares mais robustos e capazes de prevenir o foto-dano causado pela radiação IV-A, envolve a utilização de substâncias antioxidantes, ou seja, compostos que evitem o desequilíbrio redox e mantenham a homeostase celular.
Mais do que a quantificação de enzimas do sistema homeostase redox, proteínas da matriz extracelular e proteases do tecido conectivo, a mensuração de marcadores da glicação avançada, senescência celular e enzimas mitocondriais constituem estratégias terapêuticas para a avaliação da proteção contra a radiação IV-A.
Um mecanismo que vem sendo usado é a proteção mitocondrial. A mitocôndria é a maior fonte de ROS da célula. Durante a respiração, 1% do oxigênio consumido por esse órgão se transforma em ERO e são constantemente eliminados pelos antioxidantes celulares e por enzimas antioxidantes de defesa.
Os efeitos patológicos dos produtos finais da glicação avançada (AGEs) estão relacionados com a capacidade destes compostos em modificar as propriedades químicas e funcionais das mais diversas estruturas biológicas a partir da geração de radicais livres, da formação de ligações cruzadas com proteicas ou de interações com receptores celulares. Na pele o principal objetivo da glicação são as proteínas da matriz extracelular, resultando na perda da firmeza e elasticidade.
O stress oxidativo e a glicação de estruturas fundamentais da pele culminam com a senescência celular, onde a célula perde a sua capacidade de reprodução e entra em apoptose. Este processo previne a proliferação anormal de células modificadas, evitando o desenvolvimento de neoplasias.
Os modelos experimentais para a avaliação do foto dano induzido pela radiação IV-A incluem o cultivo de fibroblastos humanos e o cultivo de pele humana obtida por cirurgias plásticas eletivas. Estes modelos permitem avaliar (através de técnicas laboratoriais diversas) o dano causado por um simulador específico de radiação IV-A, assim como os efeitos foto-protetores de um ativo de prova.
Uma alternativa mais fidedigna para avaliar os efeitos biológicos de um foto-protetor é a utilização de biópsias humanas obtidas de voluntários expostos à radiação IV-A. Estas biópsias constituem uma opção de avaliação em condições reais do uso do produto.
A busca por substâncias que podem retardar ou reverter o processo de envelhecimento cutâneo é objetivo de constante pesquisa e desenvolvimento na área cosmética e dermatológica. Hoje são conhecidos diversos mecanismos celulares de proteção contra o stress oxidativo, e diversos modelos experimentais estão disponíveis para a avaliação dos efeitos da radiação IV de um produto cosmético, na atenuação dos sinais de envelhecimento cutâneo.
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