Se até pouco tempo o processo de envelhecimento era uma preocupação, principalmente em relação à aparência, a ideia de garantir a longevidade de maneira saudável ganha força a cada dia. Referência no apontamento de tendências e atenta aos movimentos gerados pela pandemia, a in-cosmetics Connect conversou com Amanda Caridad, Analista Sênior de Beleza e Cuidados Pessoais da Mintel, para entender como o público de idade mais avançada representa uma abertura de mercado para novos negócios com foco em soluções inclusivas.
Mudança de anti-ageing para pró-age
A pressão em seguir padrões estéticos socialmente estabelecidos sempre gerou impactos em autoestima, levando as pessoas a sentir a necessidade, entre outras coisas, de retardar um processo natural que é o envelhecimento. Para Amanda Caridad, há toda uma questão histórica por trás da construção deste pensamento, mas a multiplicação de representantes contrários ao ageísmo (preconceito por idade) está ajudando a desconstruir paradigmas negativos sobre o envelhecimento e revelar oportunidades focadas na geração Baby Boomers, ou seja, pessoas nascidas entre 1946 e 1964.
“A ideia de que tudo o que está relacionado com o envelhecer é ruim sempre esteve representada, inclusive na forma como idosos eram retratados nas mídias. Mas o fortalecimento do movimento contra o ageísmo traz para o setor de cuidados pessoais a missão de não mais oferecer a promessa de reverter os ponteiros do relógio, mas, por meio dos produtos, garantir resultados em prol da longevidade, como pele mais radiante e saudável”, explica a especialista.
Segundo a pesquisa Tendência da Mintel para Beleza e Cuidados Pessoais, Identity Traders, os consumidores estão se questionando mais sobre o espaço ao qual fazem parte e, dessa forma, estão em busca de marcas que representem e respeitem a identidade que possuem. Além disso, para Amanda Caridad, com a pandemia, padrões sociais relacionados com a aparência passaram a ser ainda mais discutidos, já que a saúde e o bem-estar se tornaram os maiores objetivos.
“Os consumidores estão mais cientes de que envelhecer é um processo natural, e por isso, estão buscando marcas que os incluam de verdade e que sejam transparentes em relação aos benefícios que oferecem neste sentido. Com a chegada da pandemia, esse movimento ficou ainda mais forte porque pessoas passaram a dar mais importância à proteção. Cosméticos que entreguem resultados relacionados à saúde tendem a crescer no mercado mesmo depois deste período atípico”, afirma.
Tendências para a geração dos Baby Boomers
De acordo com estudo interno da Mintel realizado em maio, 92% dos brasileiros com 55 anos ou mais afirmaram ter realizado alguma atividade on-line como assistir vídeos ou comprar produtos via e-commerce. Em fevereiro, este percentual era de 84%. “O lançamento de produtos de beleza e cuidados pessoais que trazem proteção à luz azul, que é emitida pelas telas e que pode ser prejudicial à pele, ainda é nicho, porém, é uma das tendências para os sêniors, em que muitos, com a pandemia, estão tendo mais contato com computadores, por exemplo”, completa a analista.
Além disso, Amanda também destaca como a menopausa está sendo discutida a fim de deixar de ser um tabu. Segundo o Relatório Mintel Hábitos do Consumidor de Produtos de Beleza – Brasil, de outubro de 2019, 45% das brasileiras com 55 anos ou mais afirmaram gostar quando marcas de beleza falam sobre como lidar com problemas relacionados ao envelhecimento. “As mulheres maduras estão buscando conversas femininas relacionadas com as idades delas e as marcas que estão proporcionando este diálogo estão se destacando pelo mundo”, explica.
Oportunidade para negócios
No Brasil, o número de idosos deve crescer nas próximas décadas, de acordo com a Projeção da População, do IBGE, atualizada em 2018. Em 2043, um quarto da população terá mais de 60 anos, enquanto a proporção de jovens de até 14 anos será de apenas 16,3%. Para a analista, este cenário traz desafios e oportunidades para todas as indústrias, que deverão investir em melhores soluções para o público sênior, mas sem deixar de lado o fato de que sempre existirão perfis diferentes.
“A tendência é que, cada vez mais, seja necessário pensar nesse púbico e cabe às indústrias de beleza e cuidados pessoais agarrarem essa oportunidade, adotando produtos que facilitem a rotina dessas pessoas e ofereçam bem-estar. Além disso, vale à pena ressaltar que nem sempre os consumidores gostam de ser classificados dentro de caixas demográficas, o que faz com que as marcas também precisem realizar uma análise mais ampla, investigando o estilo de vida dos consumidores, hobbies, entre outros aspectos, para, assim, oferecerem soluções acertadas para cada perfil”, finaliza.
E as oportunidades não param aqui
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