O Brasil está se tornando a menina dos olhos da indústria da beleza, com um número cada vez maior de marcas internacionais buscando atrair seus consumidores. Já ocupando a terceira posição no mundo, a previsão é de que o mercado brasileiro de produtos de cuidados pessoais e cosméticos supere o Japão e assuma o segundo lugar até 2020. As marcas de cosméticos que estão de olho no mercado brasileiro devem pensar em aprimorar suas credenciais verdes para obter sucesso no mercado.
Os brasileiros têm grande afinidade com produtos de beleza. De fato, a Sephora comentou no ano passado que “os brasileiros são realmente viciados em beleza… vemos um potencial ilimitado ali”. No entanto, o que ainda mais difícil de se entender, é o fato de que os brasileiros são aficionados por moda, mas também têm consciência ecológica. Uma pesquisa realizada pela GfK revelou que mais da metade dos consumidores brasileiros considera o impacto ambiental dos produtos cosméticos no momento da compra. Ao serem perguntados sobre as empresas mais sustentáveis, a Natura Brasil surgiu como a primeira da lista.
A Natura Brasil, a maior empresa no setor de cosméticos da América Latina, é reconhecida como a empresa de beleza mais sustentável do mundo. Ela foi classificada como a número 2 em uma pesquisa mundial das 100 empresas mais sustentáveis (Corporate Knights, 2013). A Natura Brasil é especializada em cosméticos de base natural, com muitos ingredientes obtidos de maneira ética da Amazônia. Ela liderou muitas iniciativas de sustentabilidade e é a única empresa de grande porte na área de cosméticos considerada neutra em emissão de carbono (a partir de 2007).
O Grupo Boticário, a segunda empresa líder de cosméticos no Brasil, também atua de maneira bastante ativa em responsabilidade social corporativa e sustentabilidade. Ela estabeleceu a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza em 1990. A fundação protege mais de 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, dois dos biomas mais ameaçados no Brasil. A fundação doou mais de US$ 10 milhões em programas de reserva natural, o que permitiu a descoberta de 69 novas espécies de plantas e animais.
Com os consumidores brasileiros acostumados a associar produtos de beleza com ética, as marcas estrangeiras são aconselhadas a exibir suas credenciais verdes. Talvez não seja nenhuma surpresa que algumas das marcas líderes de cosmético éticas/verdes estejam entrando no mercado brasileiro. A Korres Natural Products, a Yves Rocher e a The Body Shop realizaram investimentos no ano passado.
Além das nuances culturais, a distribuição é um dos grandes obstáculos para marcas estrangeiras que buscam obter uma fatia do lucrativo mercado do Brasil. Muitas marcas empreendem enormes esforços na construção de redes de distribuição nesse país continental. Como será demonstrado na Cúpula dos Cosméticos Sustentáveis (Sustainable Cosmetics Summit), as marcas estrangeiras precisam adotar uma “abordagem criativa” para conquistar a entrada e distribuição no mercado. A The Body Shop recorreu à aquisição de uma concorrente local, a Yves Rocher está abrindo lojas-conceito e a Korres entrou em uma aliança estratégica para realizar marketing de rede. Os desafios de marketing e distribuição relacionados com o mercado de cosméticos brasileiro serão tema da edição latino-americana da Cúpula dos Cosméticos Sustentáveis. Natura Brasil, Grupo Boticário, Korres Natural Products, L’Oreal e Johnson & Johnson são algumas das marcas de cosméticos que compartilharão suas experiências no evento. A cúpula será realizada de 10 a 12 de setembro, juntamente com o in-cosmetics Brasil.
Fonte: Cúpula dos Cosméticos Sustentáveis
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