Veggie is the new lifestyle. A revolução verde hoje é uma tendência consolidada. O mercado de comida vegana valia U$ 14,2 bilhões em 2018 e tem uma projeção de U$ 31,4 bilhões para 2026 com um CAGR de 10,5% para o período entre 2019 e 2026. Dentro deste grupo, o mercado de proteínas vegetais crescerá em U$ 9,43 bilhões até 2026, o que também inspira inovação e diferenciação na área de cosméticos. A tendência vegetariana chegou ao Parlamento Europeu, que em outubro passado debateu e rejeitou a Emenda 165, que buscava proibir que a carne feita de vegetais fosse chamada de hambúrguer ou salsicha. Por outro lado, um relatório de março do plantbasednews.org indica que o mercado de cosméticos veganos estará perto de US $ 21 bilhões em 2027 com um CAGR de 5,1% para os próximos 7 anos. China, Estados Unidos, Japão e Canadá são os principais mercados que impulsionarão esse crescimento.
Também é importante considerar as diferenças entre veganismo e vegetarianismo. Embora o vegetarianismo englobe todas as dietas em que nem a carne nem o peixe estão incluídos, o veganismo é um tipo de vegetarianismo que vai um passo além, uma vez que uma dieta vegana é aquela em que não apenas carne e peixe não são consumidos, mas todos aqueles alimentos de origem animal também são excluídos. Ou seja, um vegetariano tem “permissão” para comer ovos, leite, mel, etc. Um vegano, não.
Esse crescimento é impulsionado por preocupações e inseguranças crescentes geradas pela pandemia e pelo aumento da conscientização do consumidor sobre o sofrimento e os testes em animais. Portanto, os cosméticos veganos têm duas abordagens: em primeiro lugar, desenvolver e adotar substitutos naturais à base de plantas e vegetais para ingredientes ativos e excipientes de origem animal, como algumas proteínas e derivados. Ou seja, se um produto possui derivados lácteos ou cera de abelha não pode ser considerado vegano; em segundo lugar, o conceito cruelty-free, que é apoiado pelo desenvolvimento vertiginoso de alternativas à experimentação animal e os 3Rs de Russell e Burch (Refinamento, Substituição e Redução, conceito criado em 1960). Hoje, vemos uma grande oferta de métodos alternativos para evitar o sofrimento animal. O desafio é que nenhum dos ingredientes ou a fórmula sejam testados em animais. Na verdade, vários países já regulamentaram esse aspecto e possuem leis que proíbem a experimentação de produtos cosméticos em animais.
O consumidor de produtos cosméticos veganos quer adotar substitutos naturais à base de plantas e vegetais em sua dieta, nos produtos que compra, nas causas que defende e, claro, nos cosméticos que utiliza. Então nos perguntamos: como o consumidor vegano está evoluindo diante da nova realidade em que vivemos? Os consumidores de itens de beleza valorizam cada vez mais o aspecto natural dos produtos e é por isso que os cosméticos veganos estão crescendo cada vez mais. Podemos dizer que após a eficácia, o aspecto natural pode ser o segundo motivador da compra. As fórmulas veganas usam matérias-primas de origem botânica, vegetal e mineral em alguns casos. A seguir, veremos tendências muito interessantes no campo vegano.
Hospital vegano: Beirute abre o primeiro hospital vegano do mundo. A direção do Hayek Hospital decidiu que não oferecerá mais produtos de origem animal aos seus pacientes e se tornará o primeiro hospital vegano do mundo, eles começaram em 1º de março de 2021. Por este motivo, o hospital não oferecerá mais produtos aos pacientes como presunto, queijo, leite e ovos. O portal buenoyvegano.com indica que servir carne em um hospital é como servir cigarros, já que três em cada quatro doenças infecciosas emergentes vêm de animais. Agora começaremos a ver alimentos como pita, homus, falafel e feijão no cardápio do paciente. As estatísticas indicam que uma dieta vegana poderia evitar 5,86 milhões de mortes em 2040. Esse marco, sem dúvida, marca o início de uma nova tendência, na qual os cosméticos também terão uma oportunidade, uma vez que existem muitos produtos cosméticos e de higiene que são usados em hospitais. Por outro lado, a Austrália propôs abrir a primeira escola com filosofia vegana em 2021.
Dieta vegana para cães: Aqueles de nós que já tiveram cães sabem que amam carne. Eu tive Cobby há muitos anos, ele era um husky siberiano e sim, ele gostava de carne, mas o mais curioso é que ele adorava comer tomate. Sim, tomates. Eles eram sua comida favorita e sua fraqueza (ainda mais do que carne). Os cães podem comer uma dieta baseada em vegetais, e a comida de cachorro vegana está na moda este ano.
Marcas de celebridades: A indústria de cosméticos veganos está sendo impulsionada por uma série de celebridades, há cantores, modelos e artistas famosos que estão lançando marcas de cosméticos livres de crueldade. Eles também promovem o amor e o cuidado pelos nossos animais.
Eau de Cashew: Je t’aime, fromage. Este mês foi lançado o primeiro perfume com aroma de queijo vegano. A marca de queijo vegano Miyoko se aventura no mundo das fragrâncias com uma nova linha de aromas inspirada no queijo vegano. Eles terão inicialmente três aromas: Aged English Farmhouse, Fish-Free Lox e Vegan Roadhouse. A marca vai lançar em breve outros produtos, como sabonete, limpador facial, soro para os olhos e sabonete líquido feito com castanha de caju 100% orgânica.
Vegansexuals: É um termo interessante que começou a ser tendência nas redes há alguns meses. São pessoas que só se relacionam com outras que também são veganas. Existem razões éticas, fisiológicas, nutricionais e de cuidado pessoal, incluindo o uso de produtos cosméticos que podem ser compartilhados, que explicam essa tendência.
Beleza comestível: Beauty from within é um conceito que se popularizou em todos os continentes, atraindo cada vez mais o interesse de empresas de alimentos funcionais e nutracêuticos. Esse mercado também exige alternativas veganas, principalmente ativos nutricionais derivados de plantas com comprovados benefícios antienvelhecimento.
Os três Ss: stress, sleep and skin: Devido à pandemia e ao estresse que estamos enfrentando devido ao confinamento e quarentenas, os produtos cosméticos veganos têm uma grande oportunidade de demonstrar benefícios relacionados ao efeito do estresse e da falta de sono na pele. Os 3 Ss apresentam-se como uma grande oportunidade de inovação nesta corrente.
Veganbiotics: Estamos vendo uma nova tecnologia vegana no mercado com ação comprovada para regular o microbioma e alegações relacionadas a irritações calmantes e pele sensível.
Vegan & Clean Beauty: Dois conceitos fascinantes que se misturam para criar sinergias e formulações inovadoras em skin care, personal care, fragrâncias e maquiagem.
Solid cosmetics – a grande oportunidade: A cosmética sólida também se apresenta como um campo interessante para os produtos veganos, pois encontramos xampus, desodorantes, condicionadores, limpadores faciais, enxaguatórios bucais, entre outros tipos de produtos. São produtos que podem durar muito tempo e, em alguns casos, têm zero de plástico. Vemos novos conceitos no mercado, como água micelar sólida, dentifrício sólido e perfumes em pó.
O respeito pelos animais é fundamental para garantir o bom desenvolvimento das sociedades. Os cosméticos encontram no mundo vegano uma grande oportunidade de inovação e diferenciação por ser um dos segmentos com maior potencial de crescimento. As estatísticas apresentam que 59% dos consumidores das Gerações Y e Z preferem produtos cosméticos mais ecológicos. A beleza vegana será, sem dúvida, um padrão para o consumo de produtos cosméticos no futuro.
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