Enquanto os profissionais do setor se esforçam para entender como será o futuro do mercado, é certo que o isolamento social forçado pela pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças significativas no comportamento do consumidor. Como consequência, novas necessidades, o crescimento de determinados departamentos, queda de desempenho em outros e a certeza de que a inovação precisa estar no centro das estratégias de negócios.
O in-cosmetics Connect conversou com Juliana Bondança, gerente de projetos em Personal Care, Químicos e Materiais da Factor-Kline para tentar detalhar impactos deste período completamente inesperado. Ela destacou a necessidade de presença dos negócios em ambiente digital, a busca por produtos que garantam segurança e o entendimento do propósito das marcas como pontos centrais do cenário, mas indicou que ainda é muito difícil mapear o curto e médio prazo. Mesmo assim, nos ajudou a elencar o que pode ser observado até agora. Veja abaixo o resumo da conversa – a entrevista completa você ouve acessando o podcast “Adaptando-se às transformações no comportamento do consumidor”.
1. “Bem-Estar” e “Faça Você Mesmo” em alta
Com a impossibilidade de agenda nos salões de beleza, muitos procedimentos estéticos, como a coloração capilar, passaram a ser feitos em casa. Os itens de bem-estar sexual e higiene íntima estão crescendo por conta da proximidade dos parceiros neste momento. Já os relacionados ao bem-estar mental, como os aromaterapêuticos, também ganham força. Como a preocupação com limpeza é grande, o grupo dos detox, que inclui máscaras de carvão e argila, chama atenção pelo conceito de limpeza profunda, mesmo que os produtos não tenham função antisséptica.
2. Preferências durante e depois da pandemia
Existem categorias que podem até apresentar redução nas vendas, mas seguem firmes na cesta do consumidor. Os desodorantes e a linha baby care fazem parte dos cuidados básicos e tendem a enfrentar uma turbulência temporária. É possível que o desempenho comercial seja reestabelecido com a volta à rotina. O caso dos shampoos e condicionadores é um pouco mais complicado. Apesar de fazerem parte do mesmo grupo, apresentam quedas nas vendas, principalmente durante os primeiros meses de isolamento. No pós-pandemia, essa queda deverá ser em relação ao valor. Ou seja, o consumidor retomará os cuidados capilares, mas buscará opções mais baratas com objetivo de reduzir gastos. Já os produtos como esmaltes e os depilatórios são mais impactados porque estão relacionados aos serviços feitos fora de casa.
3. Sinal amarelo para “Proteção” e “Premium”
Enquanto alguns setores devem sair fortalecidos, outros precisam dobrar a atenção para que os efeitos negativos não se estendam por muito tempo. O segmento de proteção solar, por exemplo, sofre porque o isolamento em casa leva as pessoas a pensar que não precisam deste tipo de cuidado, desconsiderando a exposição à luz natural, mesmo que em menor incidência, e à luz azul de dispositivos eletrônicos. Já os chamados premium, como gel de cabelo e fragrâncias, além da relação com a vaidade têm um valor agregado maior, o que pode continuar sendo um problema na volta à normalidade, pois muitos consumidores terão um poder aquisitivo menor.
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Podcast – Adaptando-se às transformações no comportamento do consumidor
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