Sou colombiano e uma grande fã de Karol G (@karolg). Para os leitores que de repente não conseguem localizar Karol, ela é uma famosa cantora de reggaeton do meu país e recentemente virou tendência mundial porque com Shakira lançaram a música TQG (Te queda grande), que tem sido um fenômeno mundial, alcançando mais de 50 milhões de reproduções nas primeiras 24 horas, tornando-se o número 2 do top global do Spotify. Diante de tamanho sucesso, os dois artistas já foram convidados para diversas entrevistas, reportagens, capas de revistas, entre outros.
No dia 6 de abril, Karol G publicou em sua conta no Instagram uma postagem relacionada a uma nova reportagem em uma conhecida revista latino-americana, onde havia sido convidada para ser capa. A postagem rapidamente virou tendência mundial porque a foto estava muito retocada e por isso, a artista indicou que a capa da revista tinha uma imagem que não a representava e expressou literalmente: “Meu rosto não é assim, meu corpo não olha assim e me sinto muito feliz e confortável com a forma como pareço natural. Agradeço a oportunidade pois fiquei muito feliz quando confirmaram que eu estaria presente, mas apesar de deixar claro minha discordância com a quantidade de edições que fizeram na foto, eles não mudaram isso, como se eu precisasse de todas aquelas alterações para ficar bom. Eu entendo as repercussões que isso pode ter, mas além de sentir que é um desrespeito comigo, também são as mulheres que acordam todos os dias procurando se sentir bem consigo mesmas apesar dos estereótipos da sociedade”. Em poucos dias, a publicação alcançou mais de 6 milhões de curtidas e centenas de comentários.
Este ano vimos como a verdadeira beleza está se tornando uma tendência e episódios como o de Karol G, que ganharam reconhecimento mundial em poucos dias, confirmam isso. Até Jamie Lee Curtis, que já foi vencedor do Oscar, apoiou os comentários da artista, indicando que: “Estou tão feliz que Karol G está conscientizando sobre um problema que me preocupa há muito tempo… Somos seres humanos, não somos AI”. Ela também comentou: “Esse genocídio contra o que é naturalmente belo é alarmante e precisa ser falado”, “Estou muito encorajada que uma pessoa mais jovem se junte ao coro de desaprovação.”
A hashtag sobre beleza real está começando a virar tendência e ganhar popularidade. No Instagram podemos vê-lo em diferentes idiomas: #realbeauty – 462097 posts, #bellezareal – 76339 posts e #belezareal 172040 posts (em inglês, espanhol e português relativamente), números revisados em 10 de abril.
Nas redes sociais, a questão dos filtros atingiu uma evolução que praticamente gera outra identidade. Existem filtros para tudo, para cor de cabelo, com sardas, sem sardas, velhos, jovens… e é justamente aqui que a questão da beleza real se torna relevante, porque ela se perde, parece que muitas pessoas vivem em um mundo onde eles querem ser outros.
Beleza é um direito universal e na beleza não deve haver estereótipos e sim a valorização da diversidade e essa é uma tendência onde a cosmética é sua grande aliada. O ser humano é perfeito em sua essência. Quatro dias após a publicação de Karol G, a CNN publicou uma nota com o título: Após a polêmica sobre a edição das fotos de Karol G: ¿até onde é preciso retocar? Até onde deve ir a edição das imagens?
Revisando diversos posts no Instagram com a hashtag #belezareal encontrei alguns bem interessantes e inspiradores:
-“Lembrei a mim mesma que estar em guerra com o próprio corpo está fora de moda. Sou grata por esse corpo que me permite fazer o que tenho que fazer”, Camila Cabello.
-“A beleza de uma mulher não está em sua aparência exterior, mas em sua alma e na luz que irradia dela”, Audrey Hepburn.
– “Muitas pessoas pensam que a beleza está na aparência. Mas a verdadeira beleza que faz alguém ficar com você está no seu coração”, Gauranga Das.
No mercado, vemos muitos exemplos muito interessantes que sustentam a beleza real. Por exemplo, muitas marcas estão convidando modelos plus size para participar de seus conceitos. A questão de realçar o frizz já é uma grande tendência na América Latina e agora é um orgulho ser crespo. O tom da pele também é motivo de orgulho e é por isso que agora vemos como a inclusão é gerada a nível bioquímico e molecular. Na categoria antienvelhecimento existem milhares de oportunidades, porque não se trata de voltar no tempo, trata-se de acompanhar para sempre a nossa melhor versão para que nos ver e nos sintamos bem.
Nesta era pós-pandemia, temos testemunhado como o conceito de beleza está cada vez mais ligado ao de saúde. A ideia de bem-estar é a que agora domina os principais desejos dos consumidores.
Esta semana também li um post no LinkedIn indicando que a beleza não filtrada nas redes sociais está se tornando mais relevante, pois muitas agências e marcas estão apostando cada vez mais em conteúdo intocado. O artigo indica que: “as novas campanhas de marketing de influenciadores estão investindo em conteúdo sem retoques ou alterações”. A razão? Eles buscam combater os danos à saúde mental causados pelas redes sociais.
Pensemos no que Coco Chanel disse há tantos anos: “A beleza começa no momento em que você decide ser você mesmo”. A inovação na indústria de cosméticos também está focada em apoiar a verdadeira beleza. Como químico cosmético e formulador, tenho orgulho de todo o trabalho que fazemos todos os dias. Milhares de cientistas em diversos países estão trabalhando arduamente para desenvolver ativos, tecnologias, excipientes, fórmulas, produtos e metodologias de avaliação que vão ter um grande impacto positivo na vida de tantas pessoas. Esta coluna é também uma homenagem a todos eles.
Interessados em saber mais sobre inovações em matéria-prima para a indústria de cosméticos e cuidados pessoais? Participe da in-cosmetics Latin America, nos dias 27 e 28 de setembro em São Paulo. Credencie-se gratuitamente aqui.
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