Beauty – Friendly

Beauty – Friendly

Para escrever esta coluna, fui inspirado por uma tendência que está crescendo na Colômbia e em outros países. Nas minhas últimas viagens de avião tenho visto como cada vez mais pessoas viajam com os seus cães e gatos na cabine, de facto, há pessoas que compram o bilhete para o seu animal de estimação. Em dezembro de 2022, um voo que fazia a rota São Paulo – Bogotá era novidade porque 20 cães de estimação embarcaram na cabine. Embora seja verdade que isso pode representar um risco, por exemplo em uma possível evacuação, é interessante ver como a tendência pet-friendly está cada vez mais presente. Agora podemos ir com nossos amigos peludos a shoppings, restaurantes, lanchonetes, cabeleireiros, transporte público… O termo “friendly” está se tornando importante para identificar produtos e serviços que possuem designs e características especiais, ou seja, amigáveis ​​a um determinado parâmetro. Esse conceito diversificou bastante na cosmética e agora vamos ver algumas tendências no mundo “friendly”.

 

Pet-friendly: A realidade é que os animais de estimação se tornaram parte fundamental das famílias. De facto, muitos dos planos que as pessoas fazem (por exemplo, tomar um café) dependem de os animais de estimação serem bem-vindos nos estabelecimentos e de terem o mínimo de conforto para o seu bem-estar. O novo papel dos animais de estimação na sociedade traz oportunidades interessantes de mercado e inovação. Muitas pessoas consideram seus cães e gatos como filhos. Em cosméticos, estamos vendo um boom de produtos veganos para animais de estimação. Encontramos uma grande variedade de shampoos e condicionadores para a enorme diversidade de tipos de cabelos que cães e gatos possuem. Também vemos banhos de espuma seca, sem água, com fragrâncias que proporcionam benefícios de aromaterapia e respeitam o pH e o microbioma.

 

Eco-friendly: Refere-se a produtos que foram elaborados e fabricados respeitando o meio ambiente, enfatizando os benefícios para o mesmo e sua posterior reciclagem. Algumas das características destes produtos são que contribuem para a economia de energia, não são tóxicos, são recicláveis, podem incluir partes do produto feitas com materiais reciclados, não poluem o meio ambiente, são biodegradáveis, eles reduzem a pegada de carbono ou emissões de gases.

 

Microbiome-friendly: O boom do microbioma e produtos relacionados, como prebióticos, probióticos e pós-bióticos, é incrível e estamos vendo inovações fascinantes o tempo todo. A tendência microbiome-friendly tem duas facetas. Em primeiro lugar, analisamos ingredientes, como excipientes e ativos, que possuem testes especialmente desenvolvidos para mostrar que não afetam, modificam ou alteram o microbioma da pele. Por outro lado, também vemos estudos sobre formulações que não modificam o microbioma e promovem a saúde e o correto estado da pele. No mercado podemos encontrar empresas que certificam este claim.

 

Inclusive-friendly: Uma sociedade inclusiva é aquela que considera que todas as pessoas têm os mesmos direitos pelo simples fato de serem seres humanos. Quando uma sociedade não reconhece o mesmo valor a todos os seus membros, os fundamentos básicos da dignidade são minados e a desigualdade e a injustiça são fomentadas. Há alguns anos, uma conhecida marca de cosméticos publicou um insight muito interessante do consumidor: “56% das pessoas podem se sentir excluídas pela indústria de cosméticos”, razão pela qual a empresa anunciou na época que retiraria a palavra normal do embalagem e a publicidade de seus produtos. Por isso estamos vivendo um boom de produtos e conceitos relacionados à inclusão em produtos cosméticos.

 

Bem, agora é hora da ciência inclusiva. A nova inclusão está se desenvolvendo em um nível bioquímico. Por isso, este ano veremos como empresas e fornecedores apresentarão novos métodos de avaliação e estudos de eficácia, tanto in vitro, ex vivo e in vivo, considerando diferentes tipos de pele, condições, genótipos e fenótipos. A inclusão está agora no nível molecular.

 

Scalp-friendly: O mercado nos ensina novas propostas que respeitam o couro cabeludo, para que se sinta confortável, com menos sensação de oleosidade e gerando um ambiente amigável para que o folículo piloso se desenvolva em boas condições. Esta tendência inclui novos conceitos onde estamos descobrindo ingredientes que incluem pós-bióticos, vitaminas, fermentos, peptídeos e extratos com diferentes mecanismos de ação e reivindicações originais. Scalp is the new face.

 

Makeup-friendly: Agora com o boom de cosméticos e formulações híbridas, essa é um claim que começa a ganhar relevância. Agora vemos muitos produtos que indicam sua compatibilidade com a maquiagem, antes e depois do uso.

 

Disability-friendly: Uma publicação recente de Elizabeth Bennett no portal fashionista.com convida você a conhecer algumas das marcas que tornam os produtos mais acessíveis para pessoas com deficiências. Estamos vendo inovações incríveis relacionadas a ferramentas de maquiagem adaptáveis ​​para pessoas com limitações. As marcas agora estão analisando e focando nas limitações de visão, mobilidade e destreza que muitos consumidores de produtos cosméticos têm. A beleza é um direito universal e as empresas de cosméticos têm uma grande oportunidade de mercado e inovação ao considerar todos os seres humanos. A beleza não deve ser avassaladora, deve ser simples e fácil de usar para qualquer pessoa. O artigo cita uma frase que considero reveladora: “Muitas vezes a deficiência está no desenho, não na pessoa”.

 

Sensory-friendly: A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 3,6% da população mundial sofre de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), 13 milhões somente nos Estados Unidos. Por outro lado, 75% milhões de pessoas no mundo têm autismo. Atualmente, mais de 55 milhões de pessoas vivem com demência em todo o mundo e cerca de 366 milhões de pessoas vivem com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). A pandemia teve um impacto direto nessas estatísticas. Por isso vemos inovação para esses segmentos em diversas categorias, como cinemas, games, vestuário e teatros que são sensory-friendly, entre tantos outros.

 

O que a indústria de cosméticos pode fazer diante dessa oportunidade de mercado? No ano passado, o primeiro salão de beleza para crianças com autismo abriu na Austrália. Este conceito está, sem dúvida, abrindo as portas para novas formulações de cuidados pessoais, cuidados com a pele, fragrâncias e maquiagem com a promessa sensorial para essas condições.

 

Beauty-friendly is the new black. Respeitar a beleza em todas as suas formas e expressões é a nova tendência. O design agora é universal e a indústria de cosméticos começa a entender a grande oportunidade que isso representa.

 

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John Jiménez é farmacêutico da Universidade Nacional da Colômbia com um master em desenvolvimento sustentável e estudos de especialização em marketing, ciência cosmética e neuromarketing. Possui 30 publicações em revistas científicas e um capítulo de livro em formulação cosmética. Recebeu os prêmios Maison G. de Navarre (IFSCC USA 2004), Henry Maso Award (IFSCC USA 2016) e melhores trabalhos científicos no Colamiqc Equador 2009, Colamiqc Brasil 2013 e Farmacosmética Colombia 2014. Também foi palestrante em várias conferências internacionais na Europa e na América Latina. Desde 2019, escreve uma coluna de tendências para In-Cosmetics Connect, desde 2013 uma coluna de tendências para Cosmetics & Toiletries Brasil e desde 2020 uma coluna sobre neuromarketing para a Eurocosmetics. Ele também é autor e co-autor de artigos e atuou no Scientific Advisory Board da Cosmetics & Toiletries magazine. Jiménez também atuou como presidente da Accytec Bogotá (2017-2019). Ele ingressou na Belcorp em 2005 e atualmente é Senior Researcher nas categorias de skin care, suncare and personal care. Antes de ingressar na Belcorp, trabalhou nos Laboratórios Esko, Whitehall AH Robins e Fresenius Medical Care na Colômbia.

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