Os 5 Maiores Segredos das Formulações Cosméticas Bem-Sucedidas

Os 5 Maiores Segredos das Formulações Cosméticas Bem-Sucedidas

Segredo Nº 1: Usar os materiais certos, nas quantidades certas, com a aplicação correta
Parece fácil, não? Você ficaria surpreso ao saber quantas vezes os formuladores erram em um ou mais desses elementos. Vamos detalhar o processo e você verá como erros podem ser facilmente cometidos:

  • Material certo: ele tem de se adequar à filosofia da empresa e ter a eficácia necessária com argumentos de venda fantásticos. Por exemplo, se a filosofia da empresa envolve o uso de produtos naturais, então todos os ingredientes deverão seguir esta filosofia, incluindo quaisquer ativos BEM COMO ingredientes secundários que o ativo possa conter. Alguns ingredientes ativos podem conter conservantes de forma não intencional que entrem em conflito com a filosofia da empresa – portanto, verifique isso com cuidado! Há também uma grande diferença entre ter um material com excelentes resultados científicos e um que tenha uma sólida história de marketing – lembre-se, a ciência que explica os mecanismos de ação dos materiais em um nível celular NÃO PODEM estar contida em materiais promocionais! Benefícios declarados em campanhas de marketing devem ser visíveis/ter aparência vinculativa, por isso, se o material não tiver bons dados in-vivo que comprovem esses resultados visíveis, você terá de se esforçar para que o apelo de marketing seja eficaz. Mesmo que tiver o melhor produto do mundo, se você não puder dizer nada sobre ele, jamais conseguirá vender sequer uma unidade! Escolha de maneira sensata, visando assegurar que os materiais selecionados se adequam à filosofia de sua empresa e que têm uma história de marketing criativa realmente capaz de impulsionar as vendas.
  • Quantidade certa: se os resultados in vivo de um ingrediente ativo tiverem eficácia quando usado em uma base cosmética em creme a 5% duas vezes ao dia, significa que você precisa usá-lo em uma base de creme a 5% com orientações para aplicação duas vezes ao dia. Todos notamos frequentemente que as empresas utilizam materiais ativos em quantidades menores do que as usadas nas condições de teste in vivo para economizar nos custos dos materiais; mas se o material ativo for usado menos do que na quantidade comprovadamente eficaz, você poderá muito bem não usá-lo de forma alguma!
  • Aplicação correta: é inútil a utilização de um material ativo cuja eficácia tenha sido comprovada em duas aplicações diárias (produto não removido) se houver enxágue ou aplicação uma vez ao dia ou semanal. Há uma abundância de substâncias ativas que se adequam às condições de lavagem ou de baixa frequência; se estes forem os tipos de produtos que você está desenvolvendo, fale com seus fornecedores para obter ativos que funcionem nessas aplicações.

Segredo Nº 2: colocar os ativos onde eles precisam estar
Substâncias cosméticas aplicadas topicamente podem:

  • Ficar na superfície da pele e/ou penetrar nas camadas mais externas da epiderme (estrato córneo). Esse é o ideal se você estiver desenvolvendo um produto do tipo ‘barreira de proteção’ ou tentando evitar a perda de água transepidérmica: use formadores de filmes adequados, proteínas hidrolisadas, agentes de barreira e lipídios para conseguir isso.
  • Penetrar nas camadas intermediárias da epiderme (estrato granuloso) para contribuir com a hidratação e reposição da elasticidade. Substâncias osmolíticas, como os umectantes, podem ser portadoras eficazes neste nível da epiderme e são úteis onde os ativos precisam alcançar as camadas intermediárias da pele.
  • Penetrar nas camadas mais profundas da epiderme (camada basal). É aqui que muitos ativos de ponta precisam penetrar; como agentes de branqueamento da pele, peptídeos e células estaminais. Para levar os ativos ao estrato basal, você precisa de uma formulação eficaz, usando um ou mais sistemas de liberação, como solventes adequados, lipossomas, encapsulamento e/ou micro ou nano emulsões para penetrar através das camadas externas da epiderme e alcançar o local de destino.

Se não conseguir levar o material ao seu local de atividade exigido, a fórmula também deixará de tê-lo em sua composição!

Segredo Nº 3: bom impacto sensorial
A primeira coisa que o consumidor fará ao experimentar um produto, é sentir seu cheiro. A segunda coisa é avaliar o quanto gosta (ou não gosta) do produto a partir da sensação pós-aplicação. Seja ele perfumado ou não; fácil de espalhar ou difícil; de toque sedoso ou macio… ele precisa atender às expectativas sensoriais do mercado-alvo. Mesmo se ele tiver excelente eficácia, se o consumidor não gostar do cheiro ou da textura do produto, ele não vai usá-lo pelo tempo necessário para obter bons resultados! Com uma variedade quase infinita de fragrâncias e agentes sensoriais agora disponíveis, não há desculpa para erro… Converse com seu fornecedor para que ele inclua os materiais funcionais que satisfaçam às exigências estéticas de seu mercado-alvo, visando uma formulação bem-sucedida!

Segredo Nº 4: usar o método correto
Mesmo a mais cuidadosa seleção de materiais será inútil se você não usar o método de composição correto, método este que deve ser facilmente escalonável para atender à produção em massa. É essencial que haja uma metodologia! Além disso, um método que já seria complicado em laboratório pode tornar-se impossível se aplicado em grandes quantidades, e/ou o uso de materiais de maneira incorreta pode afetar dramaticamente a vida útil e a estabilidade dos produtos. Três dos maiores erros normalmente cometidos pelos formuladores:

  • Aquecimento de materiais voláteis – se você aquecê-los, eles irão simplesmente evaporar… então por que usá-los ? Sempre confira e acrescente abaixo da temperatura de vaporização.
  • Hidratação incorreta/ativação de gomas/polímeros – cada goma/polímero precisa de seu próprio método específico de hidratação (solúvel em água) ou de ativação (óleo solúvel). Se a hidratação/ativação não se der de maneira correta, o polímero ou goma poderá da mesma forma não ser adicionado(a)!
  • Adição de materiais na fase errada – os materiais certos em combinações erradas, havendo superaquecimento (ou nenhum aquecimento, se necessário), o corte de maneira incorreta… todos esses itens podem invalidar o esforço de uma boa seleção dos materiais.

Mas estes são apenas 3 exemplos do que pode dar errado… erros humanos na fase de formulação podem afetar ainda mais a estabilidade e a escalabilidade no estágio de formulação. Fale com os seus fornecedores para obter as informações de processamento correto e desenvolva o método certo para formulações bem-sucedidas, especialmente ao trabalhar com materiais novos e inovadores!

Segredo Nº 5: assegurar a compatibilidade
Este pequeno segredo, muitas vezes esquecido, pode ter fortes impactos sobre o prazo de validade e a eficácia de um produto. Aqui apresentamos alguns cenários:

  • PH incompatível – este é, disparadamente, o maior erro que vemos os formuladores cometerem. Eles podem: selecionar o ativo correto, mas colocá-lo em um produto de base que o PH o torna não biodisponível; ou combinar materiais com diferentes requisitos de pH; ou não permitir a variação dos níveis de pH durante o prazo de validade, o que sempre ocorre em produtos à base de água.
  • Carga incompatível – alguns materiais precisam evitar ambientes aniônicos, enquanto outros podem não ser nada tolerantes a eletrólitos ou cargas! A utilização de materiais em ambientes onde a carga esteja errada pode levar à formação de complexos insolúveis o à anulação total da funcionalidade normal.
  • Polaridades incompatíveis – em sistemas anidro, as polaridades de seus lipídios são relevantes! Alguns modificadores de viscosidade de adequam particularmente a ambientes não-polares, enquanto outros necessitam de ativadores polares, e outros são particularmente necessários para manter os lípidos polares e não-polares juntos! A polaridade dos lipídios, assim como os processos de seleção, combinação e estabilização podem ser afetados, são aspectos muitas vezes ignorados pelos formuladores até o ponto em que algo dá errado!

Lançamentos de produtos empolgantes resultam do uso de materiais inovadores para criar produtos líderes de mercado – descubra tudo sua próxima feira da in-cosmetics Latin America e tenha certeza de que você conhece os segredos para ter formulações verdadeiramente bem-sucedidas.

Belinda Carli é a diretora do Instituto de Ciência em Cuidados Pessoais e Consultora Técnica Oficial para todas as exposições in-cosmetics, assegurando que você verá as últimas inovações em materiais em cada apresentação. Saiba como acertar as suas fórmulas! Estude on-line, via educação à distância, com o Institute of Personal Care Science (Instituto de Ciência em Cuidados Pessoais), líderes da indústria no oferecimento de cursos de Ciência Cosmética, Formulação, Gestão de Marcas e Assuntos Regulatórios sancionados por um certificado/diploma. O IPCS está a apenas um clique de distância, independentemente da sua localização! Descubra mais: www.personalcarescience.com.au ou e-mail info@personalcarescience.com.au

 

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