De acordo com dados do Euromonitor Internacional o Brasil faturou em 2012 no setor de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) 41,7 bilhões de dólares, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial, atrás apenas dos EUA e Japão. O mercado brasileiro representa 11% do mercado mundial (com apenas 3% da população), e a previsão é que até 2020 o Brasil ultrapasse o Japão e se transforme no segundo maior mercado de HPPC do mundo.
Se avaliarmos os segmentos de HPPC um a um veremos que o Brasil também é destaque em vários deles: é o primeiro mercado mundial em perfumaria e desodorantes; segundo mercado em produtos masculinos, produtos infantis, produtos para banho, depilatórios, proteção solar e produtos para cabelos (espera-se que no segmentos de cabelos ultrapasse os Estados Unidos até 2017); terceiro mercado mundial em maquiagem e produtos para higiene oral, e quarto mercado no segmento de produtos para pele.
Atrás apenas dos EUA, o Brasil também aponta para a liderança mundial na categoria “Produtos para Cabelos”, sendo que já somos referência internacional em tratamento capilar, em especial para o Oriente Médio e Europa, graças aos apelos da “Queratina”, “Argan” e “MuruMuru”. O país também é líder mundial em cosméticos de massa, beneficiando-se de seu amplo mercado “teen” e jovens (Geração Y), o que tornou estes públicos segmentados bastante significativos para as empresas.
No Brasil as questões culturais e climáticas favorecem o consumo de produtos HPPC. No país homens e mulheres investem tempo e dinheiro em seus cuidados pessoais, devido ao clima quente e úmido, muitos brasileiros lavam seus cabelos diariamente e usam produtos de “styling: desenvolvidos especificamente para este mercado. Os brasileiros tomam banho de duas a três vezes ao dia.
Sem dúvidas nos últimos anos um dos maiores impulsionadores do mercado de HPPC no país foi a classe média, que após conseguir comprar os itens básicos para o dia a dia, vem consumindo mais produtos para cuidados pessoais. Em resumo alguns dos fatores que permitiram o crescimento consecutivo da indústria acima dos dois dígitos nos últimos 17 anos foram:
- O aumento da expectativa de vida;
- A expansão da classe C;
- A modernização das fábricas e
- Ganhos de produtividade.
Os investimentos mostram que inovação é realmente um dos pontos focais do setor: em 2012, as indústrias de HPPC aplicaram R$ 13,6 bilhões em ativos, Pesquisa & Desenvolvimento e Fortalecimento de Marcas, um total 18% maior que em 2011. Desse total R$ 3,3 bilhões foram em ativos, R$ 800 milhões em pesquisa e desenvolvimento e R$ 9,5 bilhões em fortalecimento de marcas.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Euromonitor, 2012 foi um ano disputado para os líderes do mercado de beleza no Brasil. Essa competição refletiu na participação das cinco maiores empresas do setor, de acordo com seu ranking.
Segundo a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) as brasileiras gastam em média R$ 150,00 por mês com produtos de beleza, que consideram poderosos aliados para elevar a autoestima.
Tendências e Oportunidades
Em função das novas consumidoras que estão emergindo economicamente, o foco dos novos produtos é, justamente, popularizar o luxo e disponibilizá-lo ao comprador que anseia, cada vez mais, por novidades. Segundo um levantamento também do Euromonitor, cosméticos “masstige” (mass+prestigie) crescerão mais que os de luxo até 2016.
Há também uma grande oportunidade para países como o Brasil expandirem o mercado de cosméticos com múltiplas funções. Cada vez mais as pessoas querem usar um produto que realize diversos benefícios, trazendo facilidade de uso e redução de tempo na aplicação.
Produtos para cuidados com o corpo continuarão a liderar o segmento (53% em 2012 e 58% em 2017), enquanto que para o “rosto”será necessária uma reestruturação no planejamento da categoria por parte das empresas líderes, visando ter preços mais competitivos para combater a grande concorrência que vem entrando no mercado.
Produtos antiageing focados para mulheres “mais seniors”são uma excelente oportunidade de incrementar esta categoria, uma vez que apresentam formulações com valor agregado maior que os demais.
Outro público consumidor da categoria “Cuidados com a Pele” é a geração Y (Millenial, 20-32 anos ou 25-34 anos, para a Mintel) que segundo dados da Mintel, são bastante preocupados com a aparência, não se importam de pagar mais por um produto de melhor qualidade e benefício, e que melhorem sua autoestima ainda mais.
Fonte: III Caderno de Tendências 2014-2015 da ABIHPEC
Silvia Lourenço
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