Atualmente, há uma crescente busca por métodos que possam retardar os sinais visíveis do
envelhecimento cutâneo, o que tem gerado uma demanda significativa por terapias
antienvelhecimento. Os nutracêuticos, que são suplementos alimentares formulados para
promover a saúde da pele, são promissores nesse contexto, pois oferecem a promessa de
retardar ou atenuar esses sinais, proporcionando benefícios específicos para a pele. Apesar de
terem sido introduzidos como uma opção terapêutica adicional aos cosmecêuticos, a quantidade
de evidências científicas robustas que respaldem sua eficácia ainda é limitada. Abaixo estão
alguns dos principais nutracêuticos utilizados na dermatologia:
Antioxidantes: antioxidantes como as vitaminas C e E, resveratrol, coenzima Q10, glucosamina,
oli-ola, glutationa e o extrato de Pinus pinaster são conhecidos por suas propriedades
antioxidantes, que ajudam a neutralizar os radicais livres e a reduzir o estresse oxidativo
associado ao envelhecimento da pele. Apesar das suas promessas, há ainda uma escassez de
evidências sólidas que comprovem sua eficácia. Entre esses antioxidantes, o extrato de Pinus
pinaster é o que possui maior respaldo científico.
Colágeno: Inicialmente visto como uma promessa significativa para melhorar a elasticidade e
firmeza da pele, promovendo a síntese de colágeno natural, o colágeno oral tem sido
extensivamente estudado. No entanto, muitos desses estudos sofrem de baixa qualidade e
heterogeneidade metodológica, resultando em uma compreensão limitada de seus benefícios
reais no combate ao envelhecimento cutâneo.
Peptídeos Bioativos: São fragmentos de proteínas que podem estimular a produção de
colágeno e elastina, essenciais para uma pele mais firme e elástica. Exemplos incluem o
colágeno hidrolisado, Matrixyl e Argireline. Este último, por exemplo, tem o potencial de reduzir a
aparência de linhas finas e rugas, inibindo a contração muscular. Apesar dos avanços, a
evidência substancial de sua eficácia ainda não é completamente robusta.
Ácido Hialurônico: Os suplementos orais de ácido hialurônico têm sido explorados por sua
capacidade de melhorar a hidratação e a textura da pele. No entanto, é crucial adotar uma
abordagem cautelosa ao considerar sua suplementação, especialmente em indivíduos com
histórico de câncer, devido à sua capacidade de se ligar a receptores celulares e influenciar vias
de sinalização celular que podem promover a migração e proliferação celular. Já foi demonstrado
que ele pode ser uma fonte de nutrição para as células do adenocarcinoma ductal pancreático.
Fitonutrientes: O Polypodium leucotomos é uma espécie de samambaia nativa da América
Central e do Sul, cujos extratos têm sido utilizados na dermatologia. Estudos clínicos mostraram
que seu extrato reduz o eritema induzido por radiação ultravioleta e dano ao DNA, podendo servir
como adjuvante em dermatoses fotoinduzidas ou fotoagravadas e em transtornos de
pigmentação, com um excelente perfil de segurança. Ainda não estudos clínicos para
envelhecimento cutâneo.
Além disso, fitonutrientes encontrados em alimentos como licopeno (encontrado em tomates),
beta-caroteno (presente em cenouras) e flavonoides (abundantes no chá verde) têm propriedades
anti-inflamatórias e antioxidantes. No entanto, é importante ter cuidado com a suplementação
desenfreada. Estudos demonstraram que a suplementação de beta-caroteno na prevenção
primária de câncer de pulmão pode, na verdade, aumentar o risco em algumas pessoas.
Em suma, enquanto os nutracêuticos prometem avanços empolgantes na abordagem do
envelhecimento cutâneo, é crucial reconhecer que a pesquisa científica substancial ainda está em
evolução. A complexidade das interações biológicas e a variabilidade dos resultados destacam a
necessidade contínua de estudos bem delineados e controlados. Para aqueles que consideram a
incorporação de nutracêuticos em sua rotina de cuidados com a pele, é essencial consultar
profissionais de saúde qualificados e seguir diretrizes baseadas em evidências para garantir
benefícios efetivos e seguros a longo prazo. Atualmente, destacamos que a melhor forma de
prevenir o envelhecimento precoce continua sendo evitar exposição excessiva ao sol, manter
uma alimentação saudável, ter um sono adequado, cessar o tabagismo e evitar alimentos ricos
em açúcar e ultraprocessados.
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